Atualmente tenho prestado muita atenção em decorações usando garrafões antigos: recipientes grandes, algumas vezes chegando a quase 40 litros de capacidade, sem alças e com o gargalo curto e estreito. São os demijohns, palavra provavelmente derivada do francês dame-Jeanne, talvez pelo formato das vestimentas femininas da época, em uma denominação que iniciou no século XVII.
Naquela época as marcas eram exceções e, durante muito tempo, os produtos comercializados eram colocados em recipientes genéricos. Era muito mais econômico vendê-los em grandes volumes e deixar a divisão em porções menores a cargo dos comerciantes.
Imagem via SW Design
Originalmente, foram feitos para transportar vinho, mas acabaram por transportar outras bebidas alcoólicas e muitos tipos de líquidos, melaços, óleos e quase tudo o que não poderia ser transportado ou preservado em caixas de madeira.
Eram soprados, em uma produção totalmente artesanal e sem uso de moldes (eles só apareceram mais tarde), por isso os formatos e tamanhos têm variações. Cada peça (desde que autêntica) é única. As cores mais comuns eram o verde oliva e verde água, seguido pelo âmbar e então pelo azul cobalto. Geralmente eram cobertas por um trançado de vime. Hoje, na maioria das peças essa camada foi retirada para revelar o vidro sob ela.
Durante o século XVIII e início do século XIX, algumas peças foram importadas da Europa para os Estados Unidos, e então também começaram a ser produzidas no novo país, mas com algumas características distintas: as européias eram esféricas, as norte americanas, cilíndricas.
Imagem via Phoebe Howard
Entretanto, as primeiras peças produzidas na América eram mais similares às importadas, por várias razões: a principal delas, porque os consumidores desconfiavam da qualidade do vidro americano, sendo que os produtos importados eram superiores, em especial os britânicos, que duravam décadas. A uma certa altura, a realidade mudou e com esta liberdade os americanos começaram a desenvolver as peças cilíndricas.
Imagem via Phoebe Howard
Ainda existem peças originais de colecionadores ou em antiquários, mas também existem as imitações, que obviamente não são peças únicas, e confeccionadas a partir de um molde (é visível a marca da união das formas).
A produção em massa de peças "antigas" já causou muitas controvérsias, como o exemplo da Pottery Barn, uma enorme rede (e não é a única) cujo catálogo ilustra uma série de produtos de inspiração vintage: há mais prazer em adquirir uma peça autêntica ou uma imitação?
Imagem via Pottery Barn
Na minha opinião, há espaço para todos. Existem aqueles que reconhecem antiguidades e apreciam ter em casa objetos únicos e com história; e existem outros que procuram apenas o visual e não se importam com sua origem ou com o fato de existirem muitas peças idênticas à venda.
Imagem via My Notting Hill
Seja como for, não há como negar que as grandes redes causaram uma democratização da decoração, tornando-a mais acessível à maioria dos consumidores que, muitas vezes, querem melhorar a aparência de seus espaços dentro de um orçamento limitado.
Imagem via Phoebe Howard
E você? Qual a sua opinião neste assunto?
ah beautiful collection of images...love it !
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