Não é a primeira vez que falo de John Jacob, arquiteto sul africano, e certamente também não será a última.
Por fora, esta casa (projeto recente, de 2009) implantada no final de uma calma rua sem saída (mais exatamente cul-de-sac) mostra um tempero londrino, apesar de estar em solo sul-africano.
Mas é por dentro que o arquiteto mostra verdadeiramente sua paixão pelo estilo europeu, em um trabalho que levou dois anos e meio para ser concluído, varrendo mercados, lojas de antiguidades e armazéns de Paris e da L'Isle sur la Sorgue para encontrar peças únicas, estimulantes e diferentes (eu traduziria isso como "meu trabalho dos sonhos").
O aspecto geral é sóbrio, porém muitíssimo elegante - aliás, uma característica comum de todos os projetos deste profissional. Os pisos variam de pedra calcária francesa a tábuas de carvalho assentadas no padrão espinha de peixe. As cortinas são pesadas de portas e, para maximizar a vista, foram usadas portas francesas ao invés de janelas.
A casa tem, ao mesmo tempo, uma aura de modernidade e antiguidade. Na sala de estar as superfícies são cobertas por objetos que vão desde corais até bustos de pedra, além de contar com uma cristaleira onde transbordam fósseis, blocos de cristal e pedras semi-preciosas.
Isto tudo, sem dúvida, contribui para uma atmosfera histórica, mas estão precisamente em frente a uma obra de arte moderna e altamente gráfica (acima da lareira) - uma mistura de épocas que só funciona com um projeto racional e ordenado.
As texturas também são importantes, e mesmo os móveis feitos sob encomenda foram profundamente desgastados para evitar qualquer cor homogênea. Elementos naturais como tapetes de ervas marinhas (o aspecto lembra vagamente o sisal), conchas e madeira antiga contrastam com a suavidade dos espelhos e dos cristais nos lustres. O mesmo jogo de contrastes acontece com os tecidos.
Os detalhes são modestos, mas estas várias camadas tornam o resultado suntuoso - um banquete para os olhos.
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